terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Review - O Nome do Vento, do Patrick Rothfuss

Título: O Nome do Vento - A Crônica do Matador do Rei: Primeiro Dia
Autor: Patrick Rothfuss 
Editora: Sextante Ficção
Gênero: Fantasia Medieval

Preço: R$ 49,90 (Livraria Cultura
)


Por que eu li esse livro?
Por ser um livro de fantasia medieval.

Sinopse:
Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.
Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade.
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame.
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.
Mais do que a trama bem construída e os personagens cativantes, o que torna O nome do vento uma obra tão especial - que levou Patrick Rothfuss ao topo da lista de mais vendidos do The New York Times - é sua capacidade de encantar leitores de todas as idades.


Minha opinião:
O Nome do Vento, primeiro livro da trilogia A Crônica do Matador do Rei, é o romance de estréia de Rothfuss, mas o autor nos surpreende com um livro cativante e, de muitas maneiras, único. Seu protagonista, Kote, está longe de ser um jovem qualquer, pois desde sua infância com os Edena Ruth demonstra ter uma mente inteligente e afiada, uma curiosidade um pouco além do que seria saudável e um talento artístico de dar inveja. Kote é carismático a sua maneira e um tanto ingênuo em alguns sentidos, na verdade, no que diz respeito às mulheres. Ingênuo demais para alguém que foi criado com artistas intinerantes, mas essa é uma das poucas coisas do livro que incomoda e essa ingenuidade é necessária para criar algumas situações, então não chega a ser um problema tão grande.

Duas coisas importantes acontecem na infância de Kote, ambas são responsáveis pelo caminho que o jovem trilhará. A primeira é o encontro com um vendedor Arcanista e o consequente começo de sua educação. A segunda, a morte de sua trupe pelas mãos do Chandriano. E é após essa tragédia que começa a "pior" parte do livro, não que seja ruim, nada nesse livro pode ser considerado ruim ou, mesmo, desnecessário, é apenas triste, cruel e descrito "pelo próprio" Kote de maneira bem crua, é seu período nas ruas, sobrevivendo através do furto e mendicância. E, apesar de não ser ruim, é um interlúdio que se arrasta... E aí está o maior problema - e ele não se encontra somente nessa parte. Apesar de ser um livro único e interessante, seu ritmo é inconstante e, às vezes, parece que o autor demora demais em algo que poderia ser mais acelerado ou menos detalhado, para, cinco páginas depois, te fazer grudar no livro e não querer lagar por um bom tempo. É lógico que não é fácil fazer uma história que te prenda por todas as páginas, nem é possível estar sempre no "clímax" no livro, mas é possível manter um ritmo de interesse saudável, que aumente em determinadas partes; no caso de O Nome do Vento, o que acontece é que o desinteresse e o interesse surgem, dependendo do capítulo onde você esteja.

Enfim, passado o período de luto e sofrimento, Kote segue a caminho da Academia para aprender magia, entre "n" outras coisas, mas não confundam com HP, pois a magia do mundo de Rothfuss está longe de remeter ao universo de J.K. Rowling. Bem, a vida continua árdua para o protagonista, pois o custo de vida para um estudante é alto e o orgulho de Kote o impede de pedir ajuda aos amigos que encontra. O livro segue, então, até os primeiros períodos de ensino de Kote.

Não espere por batalhas em O Nome do Vento, pois esse livro se trata do começa da vida de Kote, uma espécie de prólogo que nos prepara para o que virá e para a pessoa que Kote se tornará. É uma história dentro de uma história, onde o protagonista narra, no presente, sua vida para o Cronista. O ambiente do livro é violento e verossímil, as lendas que Rothfuss nos apresenta são bem criadas e, por vezes, macabras, e a magia é baseada em simpatias e nomes. É um universo rico, que só começamos a explorar, não só The Wise Man's Fear, segundo livro da trilogia, será maior que o primeiro, como começará a explorar as outras facetas de Kote, deixando para trás o estudante jovem e curioso.


Agora, vamos aos outros problemas do livro: as mulheres, ah, as mulheres... Talvez seja por eu ser mulher que esse ponto do livro me irrite tanto. O problema não está no fato de todas serem belas, embora isso seja meio estranho, porém passaria batido se não tivessem uma propensão tão grande para serem ninfetas e, em alguns casos, terem um leve interesse inexplicável pelo Kote, até porque, convenhamos, ingenuidade e passividade não é tão interessante assim. Além disso, a maioria dos personagens secundários não chegam a ter muita profundidade, mesmo os amigos de Kote não marcam muita presença, embora suas personalidades tenham sido bem delineadas, é algo que espero que o autor melhore nas continuações.




No final das contas:
O Nome do Vento é o melhor romance medieval que já li, muito se deve ao fato de não ser tão fã de Senhor dos Anéis e, consequentemente, Eragon. Rothfuss não tenta copiar algo existente que tenha feito sucesso, ele segue seu próprio ritmo e estilo, encantando com um texto lindo, um protagonista em "tons de cinza" e uma história que merece ser contada.

Beijos, 


3 comentários:

  1. A resenha ficou ótima! Eu sabia que você ia mandar bem, e acabei ficando mais interessado pela história, mas acredito que os próximos livrs da trilogia sejam ainda melhores, afinal, nesse ele ainda é noob! :P

    Beijão!

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  2. Essa capa sempre me chamou atenção, mas sempre fiquei com uns 2038390832 pés atrás pra ler. Agora... eu não sei, acho que o livro tem mais chance de ir pra minha estante, principalmente porque eu preciso de um mundo que não seja cheio de terror. Só vou esperar sair o resto antes de tentar :B

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  3. Heey! Bah, ainda não conhecia esse livro, mas pelo que tu falou parece ser bem bom ^^ É diferente do que eu costumo ler, mas acho que vai acabar entrando na minha lista! :D
    Beijocas!

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